Há 2 meses mamã da Sofia!

…bastaram os 10 minutos que a colocaram no meu peito, antes de sairmos do bloco de partos, para eu perceber que estava completamente apaixonada e que nunca, mais nada seria igual! Estávamos só as duas, o obstetra tinha saído, não havia enfermeiras à vista, e ela aninhada no meu peito, não chorava, respirava, como se há muito, como eu, desejasse demais aquele encontro. Assim ficamos as duas sossegadinhas, ela muito calma e eu apertava-a e fazia as minhas orações. Lembro-me de agradecer, agradecer muito e pedir  a Deus que nunca lhe faltasse saúde, coração e inteligência, porque amor haveria de ter a transbordar.
A primeira e a segunda semana, foram o caos, pior que a gravidez toda, pior que o parto…estava tão cansada que me limitei a ligar o piloto automático e como um robot funcionava, entre amamentação e fraldas. Foram tão duros aqueles primeiros dias, que não conseguia aproveitar a menina que desejava há tanto tempo, que amava desesperadamente, mas a quem a exaustão negava qualquer tipo de prazer ou felicidade.
Os dias foram passando, o tempo é sábio. Amamentar tornou-se mais fácil e a cada dia que passava, mais eu gostava de ser mamã da Sofia. A minha bebé nunca exigia, ensinou-me a ter calma e por isso mais o meu amor crescia. Com esse amor chegaram os medos. Meu Deus, no que é que eu me fui meter!? A minha vida já não é minha, este amor derrubou todas as minhas estruturas, dependo dela a cada minuto e com isso apercebi-me do maior embuste da maternidade. A maternidade fragilizou-me e eu que esperava que ela me tornasse mais forte, como sempre ouvi dizer. Na verdade o bem que queremos aos nossos filhos, a procura incessante pelo bem estar deles, deixa-nos cativos de um amor, que a todo o momento me fazia pensar ” não me pode faltar saúde para a criar”, e “se me acontece alguma coisa?” . Andava numa amargura, que me estrangulava. Sei que quase todas as mulheres passam por esta fase, os chamados baby blues, mas eu não os conhecia, já tinha ouvido falar na depressão pós parto, mas não era isso, sabem? Foram as hormonas, a fadiga, a mudança!
Sou mãe! Mãe! Mas como se ainda me sinto tão filha? Como? Se dependo ainda, tanto, do amor e do bem estar dos meus pais? Como posso eu, ter alguém que dependa tanto de mim? Felizmente ter uma irmã que passou exactamente por tudo isto, ajudou muito! Foi a ela que recorri quando lhe escrevi no chat do gmail “mana ajuda-me estou a bater mal, estou numa angústia que só me apetece chorar”, “calma, senti exatamente o mesmo” disse-me ela ” com o tempo vais habituar-te a esta nova condição e tudo se resolverá dentro de ti, vais ver”. E assim foi…dias, noites, dias e sou hoje tão feliz por ser mãe da minha menina.
Somos sem qualquer espécie de dúvida, eu e o meu marido, mais felizes porque ela nasceu!! Ela que nos brinda com um sorriso sempre que acorda, que nos ensinou, não só a ser, como a amar ser pais. Até isso a Sofia trouxe, devolveu uma alegria ao pai, que há muito achava, que ele já não fosse recuperar. O amor dele pela filha, enternece-me para além do que as palavras podem descrever, o carinho e o amor que põe em cada palavra que lhe dirige, deixa-me rendida e todos os dias gosto um bocadinho mais dele, porque sem o carinho e o apoio que ele me deu nas primeiras semanas (continua a dar, sempre), provávelmente tinha-me dado um tilte, e não sei se conseguiria. 
Ontem a Sofia fez 2 meses e que montanha-russa tem sido! Passámos de uma fase para lá de difícil, para dias e noites repletos de amor, alegria e carinho.
 Que benção és nas nossas vidas, meu amor canito que benção!
Sim sou uma mãe babada!
Beijinhos, malta até amanhã.

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This Post Has 11 Comments

  1. Parabéns mais uma vez e muitas felicidades nesta fase.
    Como fã do seu trabalho e porque também eu estou a espera de uma menina, não tem intenção de mostrar o quarto da Sofia?
    Tenho curiosidade desde que soube que teve uma menina e imagino como será.
    O da minha pequenina já esta praticamente pronto e inspirei-me sempre no seu trabalho para o favor.
    Beijinhos

  2. Elena

    Ter um filho é realmente uma revira-volta nas nossas vidas. Nas primeiras semanas eu achava que ia desfalecer de tanto cansaço e que não ia ser capaz de cuidar 100% do meu bebé. A situação tende a piorar quando o bebé sabe que já não está no conforto da barriga da mãe, e se encontra num novo mundo. É um ser que exige tanto de nós, que vai para além das nossas forças. Mas com calma e muito apoio do marido tornou-se mais fácil.
    Amanhã faz 3 meses que veio iluminar a minha (nossa) vida, e é a minha (nossa) maior "obra de arte perfeita".

  3. Minha Querida Ângela,
    Explicou muito bem esse sentimento de Amor que somente as Mães poderão entender… uma sensação de impotência perante aquele ser lindo e maravilhoso, mas ao mesmo tempo… muita força e coragem para quem depende de nós…
    Uma mistura de sentimentos…
    Minha Querida, certamente a partir de agora (com a Sofia com 2 meses) vai começar a conseguir "apreciar" mais…
    Beijinhos Grandes e Muita saúde para os três.
    🙂

  4. Lídia

    Que olhos lindos, e o cabelo escuro. Adoro :). Parabens

  5. Anónimo

    Muita, Muita saúde para os três!

    Um beijinho
    Helena V.

  6. Não é que a gaiata está linda!!! Minha querida Ângela, para além da maravilhosa redacção e de ficar com a lágrima ao canto do olho, as lembranças dos meus homens enquanto bebés faz com que as saudades sejam muitas mas também as alegrias e tristezas sejam outras não menos boas – o que dizer? é muito bom ser mãe e olhar para eles e perceber que outro ciclo de vida se cria! um milhão de bj para toda a família!

  7. Anónimo

    Parabéns pela coragem de escrever este texto! O problema é mesmo a falta de aviso prévio. Durante a gravidez toda a gente quer falar sobre o terror do parto, mas ninguém nos prepara para o que vão ser os primeiros meses. E, na verdade, os primeiros dois meses são terríveis! A partir daí tudo melhora porque as noites também melhoram, pelo menos foi assim comigo. Para agravar eu não senti essa paixão à primeira vista. Então, tudo foi ainda pior no início. Força e felicidades!

  8. Vandome

    Fantástico!!! Muitos parabéns pela maternidade, por uma Sofia tão linda e também pelo seu trabalho. Sigo-o há muito, e há muito tempo que a acompanho fielmente. Mas nunca lhe tinha deixado aqui uma palavra de apreciação, como bem merece. Parabéns! Tem sido para mim uma energicamente inspiração, é fonte de excelentes recomendações. Muito bom gosto – igualmente importante, bom senso.
    Também vou ser mãe de uma menina no próximo mês, além da decoração, também me identifico com a Angela em toda esta fase, e tenho gostado muito das suas palavras. Um grande abraço
    Mónica Domingues Abreu

  9. Digo sempre isto, porque foi a verdade mais marcantes na minha vida aos 20 anos de idade. Quando nasce um filho/a nasce uma mãe! beijinhos

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