Há dias assim…

Não era este o post que tinha pensado fazer para hoje, mas não pode ser diferente, por respeito, por solidariedade e carinho. Quando trabalho com um cliente, espero sempre encontrar do outro lado, confiança, simpatia, entendimento, e não raras vezes fica uma amizade, que extravasa os limites de uma relação profissional. Ontem recebi uma noticia, triste muito triste, de uma dessas amizades. Uma  noticia chocante, que mais uma vez, como se não soubéssemos já todos sobejamente, nos confronta com a fragilidade da nossa existência, com absoluta impotência de controlar a nossa própria vida. A minha mãe diz sempre “isto é uma passagem, bastam segundos”. E todos os meus neurotransmissores, fazem com a que informação chegue corretamente ao meu cérebro, é processada e descodificada, no entanto a meio caminho a incredulidade acaba sempre por ganhar, agarrada à esperança inocente de que somos imortais, sobretudo Ela. Nunca estamos preparados, nunca! Por pior que pareça a situação, por mais desesperada e desesperançada, nunca estamos preparados, e assim repentinamente é ainda mais cruel, mais sórdido.
 
Esta minha cliente é dona de uma força interior singular, mesmo, um rochedo. Mas sei que nestes momentos isso pouco vale, não há nada que apazigue a perda. Sei que mesmo com a aptidão de chorar sozinha, um abraço, um mimo, um ombro que já lhe ofereci, alivia nem que seja por míseros segundos a dor.
 
Não vale a pena correr, empurrar, passar por cima, sem olhar para trás. Não vale a pena olhar só em frente, sem perceber que ao nosso lado nos pedem uma mão.  Não vale a pena mergulharmos tão profundamente na vida, se nos esquecemos de vir à tona dizer “amo-te” tantas, quantas vezes forem possíveis, seja qual for a forma que isso assumir. É apertar quem amamos com força, memorizar cada segundinho desse abraço, pedir que ele se repita muitas e muitas vezes, porque de repente, assim em segundos, o  abraço é um laço incompleto, vazio e só.
 
É só isto que importa nesta vida, só isso.
 
Um grande beijinho Sandrinha, estarei aqui sempre que precisar.
Angela Varela Cunha

 

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This Post Has 3 Comments

  1. Anónimo

    Ângela, este gesto demonstra muito do que é. 🙂
    Muito Obrigada.
    Por mim e pela minha mãe de quem herdei muito (quase tudo) do que sou e a quem (com o meu pai) devo tudo!
    Um beijo grande.
    Sandra

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